Vivemos em um mundo cada vez mais conectado. A tecnologia está por toda parte — no celular que usamos, no caixa eletrônico do banco, no atendimento da farmácia e até no agendamento de uma consulta médica. Com tudo isso acontecendo, não é de se espantar que a computação tenha ganhado espaço dentro das escolas. E mais do que isso: ela foi incluída oficialmente na BNCC, a Base Nacional Comum Curricular. Mas o que isso quer dizer na prática? E por que isso é tão importante para alunos, professores e escolas?
1. O que é BNCC Computação e por que isso importa?
A BNCC Computação é o conjunto de habilidades e conhecimentos relacionados à computação que agora fazem parte do currículo obrigatório das escolas brasileiras. Isso mesmo! Desde o ensino fundamental, os alunos precisam aprender sobre esse tema. Mas calma, não é para formar programadores mirins. A ideia é ensinar o que realmente importa para viver bem no mundo de hoje: como a tecnologia funciona, como usá-la com responsabilidade e como ela pode nos ajudar a resolver problemas.
A BNCC Computação apareceu como uma resposta à realidade que vivemos. Lá no segundo parágrafo do documento oficial, já se fala da importância de preparar os estudantes para um mundo em constante mudança, onde a tecnologia tem papel central.
Por que só agora a computação entrou na BNCC?
Essa é uma dúvida comum. Afinal, a tecnologia já faz parte do nosso dia a dia há bastante tempo. Mas o que acontecia era que o ensino de computação nas escolas dependia muito da vontade de cada instituição. Algumas ofereciam aulas de informática, outras nem isso.
A partir da BNCC, o ensino de computação deixou de ser algo “opcional” e passou a ser parte do currículo obrigatório. Isso garante que todos os estudantes, não importa onde vivam ou estudem, tenham acesso ao aprendizado tecnológico desde cedo.
2.Computação na BNCC: o que os alunos vão aprender?
Vamos falar de forma simples: os alunos vão aprender a pensar como quem cria a tecnologia. Isso inclui:
- Entender como os sistemas digitais funcionam.
- Aprender a resolver problemas com a ajuda de algoritmos.
- Saber como proteger seus dados e respeitar a privacidade dos outros.
- Desenvolver o pensamento lógico.
- Usar a tecnologia de forma ética, consciente e responsável.
E não, isso não significa colocar todo mundo para aprender linguagem de programação difícil. A ideia é muito mais sobre pensar com a cabeça de quem cria tecnologia, do que de fato virar um programador.
O que muda na prática para o professor?
Agora que a computação está na BNCC, o professor precisa se adaptar. Mas calma, isso não significa que você precisa virar especialista em robótica ou aprender a programar da noite pro dia.
O que muda mesmo é o olhar. A tecnologia precisa estar presente nas atividades, nos projetos, nas conversas. É possível incluir o pensamento computacional em várias disciplinas. Quer ver alguns exemplos práticos?
- Na matemática: trabalhar com padrões, sequências e lógica.
- Na língua portuguesa: criar histórias interativas com ferramentas digitais.
- Na geografia: usar mapas online e apps para localizar lugares.
- Na arte: fazer animações simples com ferramentas como o Scratch.
3. Pensamento Computacional: o coração da BNCC Computação
Um dos principais pontos da BNCC Computação é o chamado “pensamento computacional“. Isso nada mais é do que uma forma de pensar para resolver problemas. Ele é baseado em quatro pilares principais:
- Decomposição: dividir um problema grande em partes menores.
- Reconhecimento de padrões: encontrar repetições ou semelhanças.
- Abstração: focar apenas nas informações mais importantes.
- Algoritmos: criar um passo a passo para resolver algo.
Parece complicado? Vamos deixar mais simples:
Imagine que você quer fazer um bolo com seus alunos. Para isso, precisa seguir uma receita (algoritmo), separar os ingredientes (decomposição), entender que várias receitas começam da mesma forma (reconhecimento de padrões), e ignorar detalhes que não são importantes naquele momento (abstração).
Pronto, você acabou de usar o pensamento computacional!

4. Tecnologia acessível: dá para aplicar mesmo sem laboratório de informática?
Essa é uma preocupação real. Muitas escolas não têm laboratórios modernos, computadores para todos ou internet rápida. Mas isso não precisa ser um obstáculo.
A BNCC Computação não exige grandes investimentos. O foco é desenvolver o pensamento. E isso pode ser feito com papel, lápis, jogos, dramatizações, atividades em grupo.
Veja algumas ideias:
- Jogos de tabuleiro que exigem lógica e estratégia.
- Atividades de “programação desplugada“, como dar comandos para um colega se mover como um robô.
- Desenhar fluxogramas simples no papel.
- Criar histórias com começo, meio e fim, respeitando uma sequência lógica.
Tudo isso ajuda a desenvolver o raciocínio lógico, a organização e a resolução de problemas.
5. Tecnologia como aliada do aprendizado
Quando o professor usa a tecnologia como ferramenta, tudo muda. Ela não serve só para entreter. Serve para ensinar com mais sentido. Com a BNCC Computação, o professor ganha espaço para inovar.
Veja como a tecnologia pode ajudar:
- Criar avaliações interativas com o Google Forms.
- Produzir vídeos com os alunos e publicar em um canal da turma.
- Usar o Canva para fazer cartazes, mapas mentais, painéis.
- Montar jogos simples com ferramentas gratuitas.
- Organizar feiras de ciências com protótipos digitais ou simuladores online.
Tudo isso é possível com recursos gratuitos e acessíveis no Brasil. Não é preciso falar inglês ou ter dinheiro para comprar softwares importados.
6. BNCC Computação e a formação do cidadão digital
Mais do que ensinar tecnologia, a BNCC Computação quer preparar cidadãos conscientes. Isso envolve:
- Saber identificar fake news.
- Usar redes sociais com respeito.
- Proteger senhas e dados pessoais.
- Ter empatia mesmo nas conversas virtuais.
Isso é parte da formação integral. E o professor é peça-chave nesse processo. Ao ensinar computação, estamos também ensinando cidadania digital.
7. Apoio ao professor: ninguém precisa caminhar sozinho
A inclusão da computação na BNCC não significa jogar tudo nas costas do professor. É preciso ter formação, apoio, materiais de qualidade.
Felizmente, muitos estados e municípios já estão criando programas de formação para professores. Além disso, existem cursos online gratuitos, como os oferecidos pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira , que ajudam o professor a entender e aplicar a BNCC Computação.
Outros sites que podem ajudar:
Essas plataformas têm cursos, vídeos, planos de aula e muitas ideias práticas.
8. Principais Pontos sobre BNCC Computação
- A computação passou a fazer parte do currículo escolar obrigatório no Brasil.
- O objetivo não é formar programadores, mas desenvolver o pensamento computacional.
- As atividades podem ser feitas com ou sem computador.
- A tecnologia deve estar presente no cotidiano das aulas.
- O professor pode usar ferramentas simples como Canva e Google Forms.
- O pensamento computacional ensina lógica, organização e solução de problemas.
- A BNCC Computação também forma cidadãos digitais conscientes.
- Há apoio e recursos gratuitos disponíveis para professores.
Conclusão
A inclusão da computação na BNCC é um passo importante e necessário para a educação no Brasil. Ela reconhece que vivemos em um mundo digital e que nossos alunos precisam estar preparados para isso — não só tecnicamente, mas também de forma ética, crítica e responsável.
Essa mudança não precisa ser assustadora. Pelo contrário, é uma grande oportunidade de transformar o ensino e aproximar ainda mais os estudantes do conhecimento. E o melhor: dá para começar com o que já temos, usando criatividade, troca entre colegas e vontade de aprender junto com os alunos.
Professores não precisam ser especialistas em tecnologia para ensinar computação. Precisam apenas estar abertos a novas formas de ensinar, com empatia, simplicidade e foco na realidade de cada escola.
👉 Que tal começar hoje mesmo a explorar uma nova forma de ensinar usando a BNCC Computação? Compartilhe esse artigo com outros professores e troquem ideias! Juntos, a educação fica mais leve e mais forte.